01 maio, 2009

O que precisamos em uma organização escolar: administradores ou gestores?

Mais uma vez, Gilda Lück nos presenteia com uma abordagem excelente
sobre o perfil da gestão escolar.
Sabemos o quanto se faz necessário, um olhar atento sobre o evoluir
do comportamento do gestor escolar, frente aos novos desafios que se
apresentam diáriamente, nestes tempos modernos.
Portanto vamos à ela e aproveitem !
Com o abraço de sempre, Ana Celina<






Por Gilda Lück



A gestão não pode ser vista como uma mera ação de treinamento da liderança. A capacidade de identificar líderes, cuidar deles, recompensá-los e separá-los do “fazer administrativo” diário de uma instituição de ensino estão entre as principais razões de uma organização criar um diferencial de sucesso.
Administradores trabalham com processos fechados e gestores lideram comportamentos e ações, portanto uma instituição precisa dos dois e raramente observamos uma pessoa que tenha o perfil com características de ambos. E o problema está aí: quando confundimos competência em administrar com competência em liderar. Ou vice-versa.

As diferenças

Poderíamos afirmar então que o administrador competente alimenta os processos e faz com que caminhem em uma direção preestabelecida. Procuram atingir as metas, os resultados esperados pelas pessoas que a eles confiaram a tarefa de administrar. Já os gestores compreendem os cenários em que estão inseridos, enxergam com os olhos da mente e respeitam a visão do futuro como uma ciência, portanto conseguem projetar ações e resultados de maneira a favorecer o empreendimento a que estão ligados. Um planeja estrategicamente, em oposição ao outro, que planeja taticamente. Bastante delicado é colocar ambos para impulsionar uma organização. E também é vital saber a diferença entre os dois.

Fatores que matam um líder

Algumas ações são proibitivas para verdadeiros gestores, para aqueles que realmente querem ser considerados líderes. Entre elas poderíamos citar o fato que um líder nunca pode estar distante do que se passa com seus colaboradores. Deve entendê-los muito bem. Em resumo, ser capaz de exercer a empatia. Dois outros fatores que matam um líder é não ter a capacidade de ação rápida e a dificuldade em correr riscos.

Liderança é um dom?

A teoria nos afirma que apenas 30% dos líderes nascem com aptidão para tal. Os outros 70% são resultado de um processo de construção através da vivência, sabendo aproveitar os pontos positivos para avançar e os negativos para reestruturação da própria ação. A literatura a respeito é unânime em afirmar que é a capacidade de construir relações a característica mais importante, seguida da habilidade em buscar soluções para problemas e a tomada rápida de decisões. Pouco adianta uma inteligência superior ou uma gama de conhecimentos, colocados muitas vezes goela a baixo de pares (parceiros de trabalho) e até mesmo dos subordinados, se, na primeira oportunidade, procura se desfazer do que recebeu como se fosse uma bagagem incômoda.
Poderíamos dizer então que a diferença está na personalidade desses gestores líderes, na sua essência. Eles são extremamente brilhantes, assertivos, persuasivos, empáticos e flexíveis. Correm riscos. São sociáveis, demonstrando um nível saudável de ceticismo e estão abertos a novas idéias. Renato Requião Munhoz da Rocha tem uma frase que sempre fala e gosto muito: "Administradores são seguidos porque são chefes; líderes são seguidos porque acreditamos neles”.

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